quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A austeridade abre portas para o despesismo descontrolado na Madeira!

O PSD M é um dos grandes beneficiados com as medidas de austeridade apresentadas. Não é apenas no desplante de fingir que na Madeira o rigor e a ponderação dos meios é exemplar, criticando dessa forma o governo da república; é também porque estas medidas permitem desbloquear o financiamento dos bancos e assim continuar o regabofe financeiro no governo da Região, através de mais endividamento!?

Medidas para minimizar efeitos do pacote de austeridade

O Governo Regional não é obrigado a seguir o caminho integral das medidas da república. Pode, e em meu entender deve, aplicar um conjunto de medidas capazes de contrabalançar o efeito negativo das medidas já apresentadas e cuja aplicação é obrigatória do ponto de vista constituicional. Mas é bom sublinhar que esta posição não é meramente de opção política. É a única admissível numa região considerada ultraperiférica e, portanto, onde as medidas a aplicar devem ser diferentes das que se aplicam na república de modo a garantir a coesão económica e social do país.
Estou mesmo a ver o PSD a criticar o Governo da República mas a aplicar (aproveitando a boleia) as medidas austeras e com isso auferir mais receitas para fazer estádios e marinas que não funcionam!

Quem tem coragem de olhar para dentro de casa?

Desde empresas municipais, conforme se pode ler no DN Madeira, até à grande parte do Sector Empresarial da RAM o desastre financeiro é óbvio. A maior parte apresenta uma situação clara de falência técnica sem capacidade de fazer facee ás dividas contraídas. Estas entidades têm sido os instrumentos principais do GR para "desterrar o dinheiro que não temos" recorrendo a empréstimos que ninguém sabe como pagar. Mas, mesmo assim, as atenções dos governantes, de alguns políticos madeirenses e de alguma população vão (convenintemente) para Lisboa, como se a autonomia e o governo próprio da RAM seja neutro para o nosso bem estar. Ora, a verdade é que não é: a crise que vivemos na Madeira é agravada pela tremenda crise interna provocada por opções imponderadas do Governo Regional...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O povo concorda que o GR do PSD desterre mais de 50 milhões de euros num estádio de futebol?


O chumbo do visto do tribunal de contas ao contrato programa do Governo Regional com o marítimo é um falso problema. Infelizmente, este acto não resolve a questão principal: o circo em que se transformou a governação jardinista, com opções políticas a lembrar o pior dos regime de ceausescu.
O problema fundamental reside sobretudo nesta forma irresponsável de governar. O governo do PSD, mais uma vez, tomou as decisões erradas: decidiu pagar com o dinheiro dos madeirenses (o actual e o do futuro) dois estádios (só para falar dos principais) que custarão mais de 100 milhões de euros ao erário público. Pior que tudo isto. Decidiu fazer estádios sem ter dinheiro para o efeito mas recorrendo à banca para pagar até 2026! Portanto, que fique claro que consideramos excessivo, inapropriado e de prioridade duvidosa que os parcos recursos dos madeirenses sejam utilizados para construir dois estádios de futebol e que, em contrapartida, o Governo não seja capaz de apresentar soluções para um novo hospital ou para a reestruturação da divida às farmácias ou mesmo para reequilibrar o funcionamento das escolas, entre outras prioridades bastante mais óbvias e dignas de um governo ponderado.
Mas o circo governativo não acaba aqui. Isto é apenas o inicio do descalabro. Porque, depois de ter optado mal, o Governo do PSD fez ainda pior. Encontrou um formato administrativo inquinado porque promove o aumento da divida da RAM sem consultar a ALRAM. Sabemos bem que o veto do tribunal de contas apenas atrasará o processo. Não resolve esta palhaçada Jardinista que afecta milhares de cidadãos da Madeira optando por desterrar o nosso dinheiro em prol de opções eleitoralistas e interesseiras que o povo, estamos certos, jamais concordaria. O Tribunal de Contas não é responsável pela atrevida e insólita opção de numa terra de 250 mil pessoas o governo construir, com dinheiro público, dois grandes estádios de futebol. Mas o povo deve demonstrar a sua revolta da forma mais objectiva possível porque é o seu dinheiro e o seu futuro que está em jogo.

A SDM não paga impostos desde 1987

domingo, 26 de setembro de 2010

Concordo

Independentemente do formato regimental que desbloqueie a realização de referendos, previstos na constituição e completamente legais no quadro regional, esta iniciativa do PCP é muito importante e criará as condições para o debate sério e consistente sobre os referendos na Região e o verdadeiro posicionamento sobre esta matéria do partido do poder. Das duas uma: ou desmascarará o PSD que tanto "barulho" tem feito em prol desta matéria; ou permite a realização de perguntas ao povo demonstrando as verdadeiras fragilidades e pontos negros do regime.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um governo embatucado

Parece existir um largo consenso na sociedade madeirense sobre o mau estado  da nossa economia e, ao mesmo tempo, sobre a debilidade do governo liderado pelo Dr. Jardim.

Mas não deixa de ser curioso que este resultado surpreendente não corresponde a um desejo proporcional de mudança. Uma mudança política que arraste consigo alterações consistentes no modelo de desenvolvimento económico, tornando-o mais justo, mais empreendedor e mais competitivo.

Há como que uma armadilha na democracia madeirense em que o regime  perante o desnorte e o descalabro encontra mecanismos para se auto-proteger.
Sabemos bem que o governo do PSD embatucou perante os desafios e, sobretudo, perante o confronto factual com o resultado catastrófico das suas políticas e promiscuidades.

Se juntarmos esta realidade à incapacidade de financiamento da Região, decorrente do excesso de endividamento e da descredibilização galopante da política financeira da RAM, estamos perante um cenário de deixar qualquer cidadão responsável e sensato com os nervos à flor da pele.

Quando precisávamos de uma governação forte, credível e ponderada; deparamo-nos com governantes politicamente fracos, sem credibilidade e insensatos. Quando era determinante identificar problemas, alterar opções e tomar medidas e iniciativas reguladoras da situação catastrófica em que nos encontramos; somos surpreendidos com o reforço dos disparates, a manutenção das asneiras e o aprofundamento do fosso entre o razoável e o meramente fantasioso.
Há por isso nesta certeza de um governo abobalhado e trapaceiro algumas dúvidas que merecem resposta:

(...)

Vale a pena descobrir o que responderia o povo aos problemas concretos da Madeira

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Onde estão os 300 milhões

É preciso que o Governo do PSD explique como pensa cumprir o compromisso assumido no quadro da lei de meios em que disponibilizaria cerca de 300 milhões de euros para a reconstrução. Passaram mais de 4 meses desde a aprovação da referida lei e o dinheiro do GR do PSD para a reconstrução não aparece. Entretanto vai pedindo aos outros para fazerem rápido o que ele (AJJ) não é capaz de cumprir!?

Um bocadinho mais de seriedade

Marcelo Rebelo de Sousa roça o patético ao comparar o papel dos partidos (designadamente os da oposição!) com o papel da imprensa. Nem vou discutir os argumentos relativamente ao JM mas é surpreendente que este turbo "opinion maker" tenha o desplante de ao mesmo tempo que procura se distanciar de AJJ tenta não ser fracturante procurando encontrar uma razão plausível para o atropelo aos mais elementares principios da pluralidade informativa na RAM. A opinião de MRS é confusa, pouco séria e, sobretudo imponderada. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Onde páram os 300 milhões?

domingo, 19 de setembro de 2010

Um telejornal irrepreensível

A orientação editorial desta televisão é notável: abertura do telejornal com a festa do pero! Oportuno e inquestionável(?). Depois o ano escolar.  Mas não uma visão de alerta para as carências e deficiêncas da educação na Madeira. Isso seria maçador e não prioritário. Antes uma descrição melodiosa do que fazem as autarquias do PSD em termos de educação. Isto sim louvável e oportuno. Depois o PCP. Surpreendente (mesmo!)... Vamos nos 12 minutos e o tema é a Estação de Biologia Maritima. Na verdade na Madeira o que é mesmo relevante nesta altura são as novas espécies encontradas nos nossos mares. Agora o inesperado: as reuniões de AJJ com as autarquias. Vou mudar de canal antes que apareça o eco do artigo de opinião de AJJ no Jornal da Madeira!? 

Uma tristeza

As lideranças da RTP e RDP Madeira já definiram a sua estratégia: primeiro foi preciso afastar todos aqueles que eventualmente pudessem ter alguma simpatia pela oposição; a segunda iniciativa foi juntar alguns que por um lado dêem garantia de um bom tratamento ao regime (principalmente ao PSD mas não só!) ou aqueles (e aquelas) que dado o seu contexto pessoal estavam em condições de exigir, mesmo sem condições efectivas para o efeito; depois basta fazer eco do Jornal da Madeira (sobretudo, e só, artigos de opinião de AJJ!) e manter uns programas de informação liderados por gente que sabe até onde pode ir!
Com este cenário não há que enganar, teremos "o mesmo e mais forte"!

A convergência na acção é possível

A Plataforma Democrática abriu espaço para uma discussão aberta e franca sobre o estado do regime e o papel da oposição. Agora é fundamental concretizar os anseios mais óbvios dos partidos que têm se aproximado do conceito de convergência e para isso este novo "salto" pode ser a solução que faltava para prosseguir e alimentar a nossa esperança.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A "renovação"(?!)

O Dossier de imprensa está de volta e terá como pivot o director de canais (sabe lá Deus o que isto é!) da RTP Madeira, o jornalista Gil Rosa. Entretanto, o programa Parlamento (que envolve os deputados à AR) passará a ser conduzido pelo jornalista Roquelino Ornelas. Quanto ao programa sobre o Parlamento Regional ninguém sabe nada. Claro, uma televisão da Madeira não tem interesse nenhum discutir os assuntos da Assembleia Legislativa da RAM. Tudo isto é um mimo!

Serenidade entre PS e PCP é um sinal positivo

Sublinho da reunião e dos contactos entre o PCP e o PS uma serenidade que permite consolidar a convergência desejada. Todos sabemos que não é possível transformar igual o que é diferente. Mais do que isso. Todos sabemos que isso nem sequer é desejável. Esta postura serena e convicta, que observamos após a reunião entre as duas forças partidárias, na necessidade de uma acção concertada para mudar o regime é uma nota bastante positiva neste caminho da consolidação de uma alternativa.

Um sinal de esperança?

A situação do Jornal da Madeira é uma vergonha para a democracia e deve ofender aqueles que dizem defender o estado democrático no país. O DN / Madeira tem tido um papel muito relevante na denuncia desta matéria e, do meu ponto de vista, prova que é possível colocar em discussão pública os atropelos sistemáticos ao estado de direito que se pratica regularmente na Madeira por um poder perverso. Era bom que este posicionamento da ERC tivesse consequências e que servisse de exemplo a outras entidades com elevadas responsabilidades no país para colocar um ponto final neste clima de medo, perseguição e falta de democracia que se vive na Madeira.

A preparação do ano parlamentar

Depois de dois dias de trabalho onde foi possível equacionar o posicionamento estratégico do grupo parlamentar do PS Madeira julgo que no quadro da ALRAM estaremos bem preparados para um combate duro mas que espero positivo para a mudança de regime. O grupo parlamentar do PS Madeira tem demonstrado que está à altura dos desafios e que responde de forma adequada aos anseios do partido no que respeita à demonstração clara e inequívoca de uma alternativa ao regime.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A convergência

Um dos aspectos mais importantes para o relançamento da economia regional e, ao mesmo tempo, para ajudar os orçamentos familiares cada vez mais "apertados" é encontrar uma solução para a situação dos transportes maritimos na Madeira. Os custos que as familias e empresas madeirenses têm de pagar são exorbitantes e incompativeis com uma economia ultra-periférica. A convergência é o único caminho para que, pelo menos, as propostas para resolver problemas concretos tenham a visibilidade necessária e a credibiidade certa para serem apoiadas pela sociedade. A proposta do PS Madeira de retirar o seu diploma e avançar com a recolha de contributos até obter consenso é o caminho que me parece adequado para construir a convergência na acção.

domingo, 12 de setembro de 2010

A esperança pode vencer o medo!

Quando Lula entrou para o Governo havia um medo enorme que a governação de esquerda num contexto de América Latina atirasse o país para um desgoverno e para o marasmo económico. Não foi nada assim: Lula conseguiu colocar o Brasil entre as grandes potências económicas do mundo e ao mesmo tempo foi capaz de uma politica social nunca vista. Por isso, a "esperança vencia o medo", slogan utilizado depois da vitória de Lula.
Lembrei-me disto ao ler um artigo sobre o assunto e a propósito da Plataforma Democrática. Considero que a esperança se for sentida, convicta e consciente pode vencer o medo e assim unir e convergir em prol de uma solução comum que conduza à mudança!

Não é surpreendente mas não pode deixar ninguém indiferente...

A entrevista da Dra. Violante Matos hoje no DN Madeira é de arrepiar: fica demonstrado o que mais temíamos, o PSD e o Governo não está a usar os recursos disponíveis da lei de meios para reconfigurar o panorama de ocupação dos solos que potenciou a tragédia de 20 de Fevereiro. Não estou surpreendido mas fica hoje muito claro que aqueles que defenderam a avaliação de responsabilidades e a implementção de um modelo de reconstrução multidisciplinar associando uma forte dose de planeamento e competência cientifica tinham razão para estes cuidados. Infelizmente a ausência completa de avaliação de responsabilidades deu espaço para este "amadorismo assassino"!

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma homenagem ao Dr. Alivar Cardoso


Hoje estarei no Clube Naval numa festa e numa justa homenagem ao Dr. Alivar Cardoso. Por iso apetece-me recordar o que escrevi aquando a sua morte

O médico

Emil Cioran escreveu que “a morte é a coisa mais segura e firme que a vida inventou até agora”. Mas Emil não conhecia o médico, não conhecia a sua força, não conhecia o prazer que transmitia por estar vivo, nunca falou com ele, jamais sentiu a sua indisfarçável vitalidade e energia. Se assim fosse, Emil teria dúvidas, tal como eu tive, mesmo sem ter passado horas e horas de conversa e convívio. Mas, não era preciso. Com um pensamento apaixonado, verdadeiro e sereno, sobretudo sereno, parecia sentir horror do conflito e da desordem bruta, violenta e insensata. A calma e o bom senso eram marcas do seu comportamento. Uma calma contagiante que todos aproveitávamos em nosso próprio benefício. Era interessado sem ser intrometido, preocupava-se sem a euforia dos histéricos ou a complacência dos desleixados. Compreendia sem limites, ria-se sem crueldade, dava opinião convicta sem obstinação. Nada disto estava escondido, era visível, ao olhar, ao cheiro ao tacto, bastava a sua presença. Todos sentíamos, não discutíamos, apenas apreciávamos, sem perder a oportunidade de desfrutarmos.
  
Este velejador sabia bem o papel da âncora que o prendia a uma forma singular de viver: descomprometido com a sociedade, preso aos valores que acreditava e seguro nos sentimentos com os seus familiares e amigos, muitos amigos…
Na verdade, os que o conheceram, bem melhor que eu, sabem que era fácil compreendê-lo e, sobretudo, um prazer aceitá-lo. Todos, acredito, reconhecem ter sido um privilégio partilhar alguma coisa com este caçador de coisas simples, de sonhos fáceis, de momentos felizes.
O médico nunca parou, não queria descansar e desatava a juntar amigos aqui e acolá. Tudo podia ser pretexto para uma amizade genuína: a caça, a pesca, a serra, a profissão, os laços familiares, as viagens, o barco, a casa. Desconfio que nunca hesitou viver o prazer da amizade. Tenho a sensação que nunca se arrependeu do que construiu à sua volta: um mar de respeito e admiração que enche de orgulho e satisfação aqueles que com ele viveram diariamente.
O médico era incansável e desconcertante: não passava um dia sem lembrar o quanto apreciava aqueles que o rodeavam. O prazer deste carinho e consideração eram suficientes para que o olhar meigo e elegante do médico reflectisse a admiração dos filhos, da mulher dos amigos, dos outros.


Em boa verdade, a vida está cheia de pessoas comuns mas tem falta de pessoas simples. É por isso que este homem destemido com a vida, era especial: vivia com gosto, gostava de tudo com prazer e partilhava, tudo isto, com alegria e sem complexos. Gostávamos dele por ser grande, responsável, dedicado, seguro e competente. Mas adorávamos, ainda mais, por ser jovem, aventureiro, alegre e bondoso. Podemos nos esforçar mas não é possível escolher o que mais gostava. Da mesma forma que apreciava o mar, o barco, deslumbrava-se com a serra e em particular com o seu Ribeiro Frio. Mas, não era verdadeiramente surpreendente divertir-se com o cinema, com um jantar, com uma festa, com uma conversa à volta de um “gin” e um charuto. Coisa simples, atitudes sábias neste mundo de manias e paranóias.
O médico levou com ele o que mais gostávamos: tudo o que ele era. Por isso, a dimensão da sua morte, a dificuldade de a compreender é o resultado da imensidão e intensidade da sua vida. Não tem explicação e todos esperávamos mais, muito mais. Infelizmente, Emil Cioran tinha razão…


O descalabro do turismo da Madeira

É preciso uma mudança urgente  de modelo de desenvolvimento onde o turismo possa potenciar toda a sua capacidade de criação de valor. O resultados do turismo da Madeira e as dificuldades em sair da crise profunda que se encontra são a expressão do falhanço das opções económicas do Governo Regional do PSD

O caminho da mudança

A convergência de todos numa plataforma democrática é a proposta mais consistente dos últimos anos para tranquilizar e devolver a esperança àqueles que anseiam por uma mudança de regime. É a proposta certa para podermos acreditar que a democracia na Madeira oferece alternativas de poder. É um desafio cheio de obstáculos, já o tínhamos dito, mas é, porventura, o único caminho possível num momento de erosão absoluta do regime e do governo do PSD. É por isso que o PSD utiliza todos os mecanismos da sua máquina destrutiva de modo a atingir a estabilidade necessária às conquistas já obtidas. Foi isso que observamos no histerismo intriguista habitual de um tal chefe de gabinete. Conheço bem o estilo e a forma. Fui e sou, aliás, vitima sistemática desse comportamento miserável. Por isso precisamos ainda de mais laços de união, de continuar a reforçar a consistência da convergência.  Vale a pena continuar , vale a pena manter a confiança e, sobretudo, a serenidade e ponderação necessária à construção dos caminhos que nos podem levar à MUDANÇA desejada.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ao ponto que isto chegou!?

AJJ quer que Sócrates vá à CGD com ele de modo a garantir que o Senhor Primeiro Ministro mete uma cunha  para permitir que o Governo Regional  obtenha um empréstimo para pagar dividas. Neste momento os bancos cancelaram o factoring à Madeira e fecharam as torneiras do endividamento, só resta a boa vontade de José Sócrates!!! Uma loucura sem limites, um descalabro. AJJ conduziu a Madeira para o pior buraco financeiro que há memória na Região. O descrédito é total.

O turismo na Madeira está falido?


Depois da análise dos últimos resultados publicados pelo INE relativamente ao mês de Julho de 2010 e tendo em conta o histórico dos últimos 3 anos do sector na Madeira, o Grupo Parlamentar do PS Madeira conclui que o sector está praticamente falido:
-       Em 2009, no pior ano de sempre do turismo da Madeira, o Rev-par, que estabelece o rendimento médio por quarto disponível, foi de 30,8 euros. É com este valor que os hoteleiros pagaram salários, custos de amortização do capital, pequeno almoço e serviço aos hóspedes. Tendo em conta que 50% do total de alojamento da Madeira são hotéis de 4 e 5 estrelas fica claro que este valor conduz a acumulação de défices no sector e junto de cada empresa hoteleira
-       O Rev par de 2009 verificou face a 2008 uma descida de quase 17%, a maior descida do pais, cimentando a ideia que a Madeira passou a ser um destino priviligiado do “turista low cost”
-       Os dados de Julho, publicados na quarta feira pelo INE, reforçam o descalabro da qualidade do destino e da sua capacidade de gerar valor acrescentado: o rev-par da Madeira voltou a diminuir face ao mês homologo de 2009 cerca de 6%. Foi , aliás a única região do país a apresentar valores negativos.
-       Pior é que o rev-Par da Madeira é metade do Rev-par do Algarve no mês de Julho.  
-       Em 2009 a Madeira perdeu face a 2008 mais de 100 mil hóspedes e 800  mil dormidas.
-       Os dados conhecidos de 2010 ainda pioram a situação face a 2009. Tal como nos proveitos também nas dormidas, em Julho de 2010, a RAM foi a única região que apresenta valores negativos, menos 4%.    
Tendo em conta que os tombos das variáveis do turismo vêm desde o ano 2000, a situação agrava-se significativamente nos últimos 2,5 anos com o sector a passar por momentos de crise profunda e de indefinição estratégica total.
Entre 1998 a taxa de ocupação desceu 10pp e o Rev-par passou de valores normais entre 55 e 65 euros para 30 euros em 2009 e a descer mais ainda em 2010. Um sinal da catástrofe sectorial.
Estamos perante uma década “horribilis” sem qualquer sinal que exista capacidade e arrojo para alterar o rumo dos acontecimentos.
O Grupo Parlamentar do PS Madeira considera que não são apenas variáveis instrumentais que estão em jogo: como o caso dos transportes aéreos ou mesmo da promoção do destino.
Cometeram-se e cometem-se erros muito graves nestas variáveis indispensáveis para catapultar o destino para os níveis desejados.
Contudo, esses erros cometem-se porque a intervenção nessas variáveis é arbitrária, ocorre aos soluços e aos solavancos. Não parte de uma estratégia pensada onde se define claramente qual o objectivo do destino Madeira. Que futuro para o turismo na RAM? Nada disso está estabelecido.
Por isso, há low-cost, com novas rotas e mais aviões mas sobram lugares;
 por isso, há turistas  mas são cada vez mais de baixo custo;
 por isso há decisões de promoção tomadas imponderadamente e apenas com objectivo de encher aviões e hotéis custe o que custar, conduzindo ao assassinato claro das potencialidades do destino Madeira.
Hoje vai custar bastante muito mais recuperar a marca Madeira e a ideia de destino de qualidade.
Mas é preciso operar uma revolução na condução da politica de turismo da RAM sob pena de já não ser possível atrair empresas e empresários para este sector na RAM. O estado das empresas do sector, caso nada se faça, pode conduzir a curto prazo a mais desemprego e a verdadeiros dramas empresariais.   
O Grupo Parlamentar do PS Madeira lembra que desde 2007 tem procurado introduzir propostas alternativas de politica do turismo que tenham efeito no destino, designadamente na procura e oferta. Tudo o que apresentamos foi chumbado e não foram apresentadas alternativas.
É altura do Governo do PSD assumir responsabilidades e explicar as suas soluções para este problema que ameaça seriamente o futuro da RAM.