terça-feira, 30 de junho de 2009

Cai quem quer!

Continuo a considerar, o que já disse dezenas de vezes, que um governo sério ia ao Parlamento as vezes que fosse preciso para explicar medidas (se as tivesse!) e para demonstrar que tem um projecto de desenvolvimento para a Madeira, disponibilizando-se para o discutir e debater numa perspectiva franca e aberta. Sublinho que a discussão em torno da revisão da constituição é uma não questão. Mais. Se existe alguém que não tem nenhuma legitimidade para colocar na ordem do dia a revisão da constituição na busca de mais autonomia (um autonomia esquizofrénica, persecutória e castradora de um desenvolvimento sustentável...) é este governo do PSD que ainda não verteu para a revisão do estatuto as supostas conquistas da anterior revisão. Assim, das duas três: ou fracassou na anterior revisão da constituição porque o que conseguiu deitou fora; ou quer encontrar uma razão que arraste toda a gente (leia-se oposição incluída) para falar de tudo menos dos problemas que criou à Madeira; ou pura e simplesmente não tem soluções para o futuro da Madeira e este é o bode expiatório ideal para se pavonear num discurso absolutamente inconsequente e oco de valor para o futuro dos madeirenses. É absurdo que estas eleições se tornem numa espécie de referendo à trapalhada discursiva de AJJ e do PSD sobre a revisão da constituição.
Da minha parte considero o seguinte: o tema da autonomia deve ser debatido de forma séria, ponderada e consequente, por isso o PS Madeira deve ter uma opinião clara e concreta sobre esta matéria, denunciando a autonomia que Jardim advoga, uma espécie de arma de arremesso político que serve para tudo (sobretudo para a sua defesa) menos para resolver o problema dos madeirenses; e por outro lado, não me parece adequado que o cavalheiro AJJ queira colocar todos a discutir o que entende, na altura errada e pelas razões distorcidas. Eu não dou para esse peditório. Tudo isto é muito mau e terá problemas graves no futuro dos madeirenses. Mas, é bom que fique claro que o problema não é apenas resultante de uma oposição frágil é também de uma sociedade civil amorfa, castrada e que se autocensura (que não estimula a criação de alternativas democráticas!) que permite que um governo se esconda, sistemáticamente, atrás de biombos e mais biombos que, aos poucos, liquidarão a dinâmica de desenvolvimento da nossa região...

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