sexta-feira, 13 de junho de 2008

Esforçado mas insuficiente

Colocar-se em bicos de pés tentando alcançar o céu, mesmo sabendo que dificilmente lá chegará, dá nisto! Pior é não ser capaz de discutir argumentos, não pessoas...
O CDS-PP provou, mais uma vez, estar distante dos interesses da Madeira e bastante mais próximo dos disparates do PSD Madeira. A proposta à Assembleia da República significou oferecer um verdadeiro tapete vermelho ao PSD Madeira para que os senhores do Governo Regional pudessem ter a oportunidade de desviar a atenção do essencial: o GR da Madeira não soube, na ocasião soberana de uma negociação bilateral, defender os interesses dos madeirenses e, assim, deve ser responsabilizado. Por outro lado, é no quadro bilateral que as negociações devem continuar. É essa a nossa proposta. São os governos que devem se entender e o GR da Madeira tem de dizer porque razão, no quadro das negociações, não quis defender os interesses dos madeirenses ou fê-lo de forma desastrada.
O PS Madeira propõe que a porta das negociações (entre governos) seja aberta mais uma vez e, numa perspectiva séria e rigorosa (e não com disparates de afectar o apoio a uma percentagem)
seja possível alcançar a esperada discriminação positiva para os madeirenses. Estamos frontalmente contra aqueles que aproveitaram esta matéria para fins partidários com propostas que nunca deviam chegar à Assembleia da República, caso o PSD tivesse feito o seu papel. Os governos são eleitos para governar não para encontrar bodes expiatórios. A oposição deve saber responsabilizar os governantes e garantir que os erros são corrigidos sem prejuízo dos cidadãos.
Parece óbvio a falta de seriedade da (mais recente e insólita!) proposta do PSD e , além disso, está claro que o CDS-PP (tal como o PSD) ainda não entendeu que uma liberalização a sério implica uma concorrência efectiva. Assim, antes de discutir valores de apoio às viagens é preciso garantir a concorrência. O que me parece é que o Governo Regional, (e, aparentemente, também o CDS-PP) não tem a noção que se o mercado da Madeira não suporta uma concorrência a sério (algo que por várias vezes tive a oportunidade de referir), então, nem sequer pediam a liberalização (já para não lembrar que o governo do PSD apelidou de histórico este acordo!?).
Felicitar a vinda da Easy Jet para a operação é demonstrador da mediocridade da análise deste processo. Eu não me satisfaço com o anúncio da vinda de uma companhia, 6 meses depois da liberalização com apenas dois voos, com viagens a preços iguais à TAP (num óbvio cartel, já premeditado!) e com um custo para o ORAM que ninguém sabe qual é mas, não tenho dúvidas, será significativo, onerando indirectamente os madeirenses. Eu penso que desde o primeiro dia da liberalização deviam estar a operar várias companhias. Não acha que era importante saber, antes de assinar um acordo desta natureza, se o mercado funcionaria com a nossa dimensão? Não acha que era indispensável ter a certeza que não ficaríamos com uma liberalização monopolizada? Não acha que os madeirenses devem exigir que quem pediu esta liberalização e disse que a mesma era histórica venha explicar porque razão já fala em propostas alternativas e até, imaginem, em pedir à UE para voltar para trás? Não acha que o CDS-PP fazia melhor o seu papel se, de uma vez por todas, deixasse de fazer um papel de "bengala" do regime? Não acha que o CDS-PP com a proposta à Assembleia da República retirou a possibilidade aos madeirenses de uma renegociação mais honesta, mais rigorosa e menos partidária? Não acha que com a conquista da autonomia deve ser estimulada a negociação bilateral como instrumento mais eficaz (longe dos meandros partidários) para encontrar as soluções mais adequadas? Tenha juízo...

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