quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Inimigo Público - ORAM II

Parte I

Um orçamento deve reflectir duas preocupações essenciais: o modelo de governação e a estratégia de desenvolvimento económico e social do Governo Regional. Este orçamento para 2008 não deixa dúvidas quanto a estas duas matérias: em primeiro lugar, não é um orçamento que permita a dinamização da economia, através de políticas concretas de diversificação e consolidação dos sectores produtivos da economia regional, ou de um reforço do apoio à actividade privada, permitindo, desta forma, criar emprego e melhorar a distribuição de rendimento, de modo a contribuir para a diminuição da pobreza na RAM; em segundo lugar, não é um orçamento reformador, no sentido de garantir uma administração pública mais eficiente, menos gastadora, com prioridades objectivas, diminuindo o desperdício e aplicando bem os recursos públicos, cada vez mais escassos.

É pois mais uma oportunidade perdida: não reforma, não inova e não muda para melhor. É uma simples cópia de orçamentos passados sem um pingo de imaginação, sem qualquer estratégia a médio e longo prazo, consubstanciando, apenas, uma espécie de “saco azul” para garantir a manutenção dos interesses instalados pelo regime. É um orçamento que continua a divergir do interesse regional e a se enredar, mais e mais, em interesses particulares.

Aliado a tudo isto está a imagem de marca deste Governo Regional Madeira. Imagem essa que é a da mais completa irresponsabilidade na gestão dos dinheiros públicos. E aí, os exemplos são mais que muitos: são os milhões gastos nos Jornal da Madeira para propaganda partidária, é o desperdício em obras de fachada que não funcionam, é a colossal divida das Sociedades de Desenvolvimento, e do Sector Público Empresarial em geral cujos passivos, não cobertos por avales, já ascendem a mais de 1000 milhões de euros, é a contratação de centenas de pessoas fieis ao cartão laranja e é, não mais grave que tudo isto, o regabofe do futebol profissional.
Ora, estas prioridades invertidas colocam em cima da mesa um desafio sem precedentes para as gerações futuras. O PSD, com este orçamento, demonstra que não está preocupado com o futuro. Confirma, de forma peremptória, que apenas quer gerir o presente, garantindo os interesses que o rodeiam e a sua manutenção no poder.

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